terça-feira, 6 de julho de 2010

Flor De Ir Embora

Ela é bela como o mar
Triste como a morte
Pode ser o meu norte
Qual flor posso te dar?

Uma rosa pra te encontrar
Uma flor cheia de beleza
Ou um brinco de princesa
Pra eu poder te enfeitar?

Miosotis azul como o céu
Será que você a recusa
Porque prefere, minha musa
Um simples anis de papel?

Uma íris da praia pra você
Que eu amo em segredo
Ou fará o meu enredo
Um beijo pintado à mercê?

Não me aproximo de ti
Como uma lantana, do sol
Ou como peixe de um anzol
Tenho medo de me destruir

Você é uma gota-de-orvalho
Única, sem sofreguidão
Eu sou mais um na multidão
Uma carta num baralho

Você é dália, peônia, azaleia
Lírio, ciclame, magnólia e manacá

Me embrigado aqui, ali e acolá
De teu amor, nem tenho ideia

Você parece labiata escondida
Nunca aparece na rua
E quando sai, à luz da lua
Te vejo só, triste e perdida

E quando tomo fôlego ao sol
Te encontro de olhos fechados
E meus sonhos são arruinados
Lá se vai meu girassol

Flor de seda, agora sem jardim
Dar-te-ia uma flor de te amar
Ou apenas uma flor de encontrar
Podia ser um simples jasmim

Podia ser uma flor de te beijar
O que seria meu doce desejo
E podia te dar, nesse ensejo
Uma flor de nos arraigar

Qual seria sua flor amada?
Só o que posso dizer
É que o cravo pode ser
A flor mais indesejada

Qual delas, não sei agora
Mas posso me aproximar
E, finalmente te dar,
Uma flor de ir embora

Um comentário: