terça-feira, 31 de agosto de 2010

Culto Adeus

Quero
Fraterno
Eterno
Espero

Esmero
Cultuo
Flutuo
Desespero

Adeus
Não quero
Supero
O Deus

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Aos 60

Não lembro do último dia
Que você veio me ver
Acabar com a calmaria
Veio cheia de energia
Doida pra me enlouquecer

Quando eu menos esperava
Você começou devagar
Parecia que me atocaiava
Parecia que me buscava
E não sabia onde procurar

Tal como uma puta fria
Que começa meio sem sal
Mas esquenta minha alegria
Quem me dera essa magia
Não fosse só um carnaval

Que é uma vez por ano
Demora até sua vez chegar
Parece uma eternidade e tanto
Mas não dura quanto
Eu acho que tem que durar

Mas já não me importo
Já não ligo mais pra isso
Hoje eu só me comporto
Olho pra trás e me conforto
Pois, um dia, fui submisso

Mas assim é minha vida
E meus sonhos assim morrerão
Hoje já está absolvida
Não quero mais essa bandida
Essa bastarda dessa ereção!

sábado, 14 de agosto de 2010

Tão Cedo

Já está indo embora?
Toma mais um copo
Isso, ou eu te dopo
Você vai justo agora?

Fuma mais um cigarro
Esquece o que passou
Me diz quem me matou
Ou na angústia me amarro

Ainda está cedo pra ir
Sobra vinho na taça
Vem aqui e me abraça
O céu nem começou a cair

Senta e me ressuscita
Me acalma com um sorriso
Me beija de improviso
Me dá a tua guarita

Eu ainda estou com medo
Não vá saindo tão triste
Por favor, não desite
Ainda está muito cedo

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Deicídio

Meu Deus, o que eu fiz?
Não vejo mais o teu amor
De ti, só sinto o rancor
Não morri por um triz

Conheceste o demônio em flor
Camuflada de fiel amiga
Serpente fazendo intriga
Fez-te vil e pecador

Não me vias à tua frente
Após horas de preparo
Minhas pernas escancaro
E me fazias evanescente

Ser sem igual na terra
Sagrado e onipotente
O Deus mais imponente
Mas Ele também erra

Até então não tinha ciência
De como tu me controlavas
Das vezes que tu me calavas
Esta era tua triste tendência

Não vou ser mais uma infeliz
Não quero mais teu sorriso
Nem perecer diante do paraíso
Nem nosso nome riscado de giz

Não quero passear à esmo
Soltar de vez minha libido
Naquele tom maior sustenido
Não... Não quero mesmo

Eis-me para o Deicídio
Mato agora teu Deus em mim
Dando ao meu pranto um fim
Neste bem pensado suicídio