quinta-feira, 11 de julho de 2013

A Donzela E O Ferreiro

Ela pertencia à nobreza
Mas a tudo contrariava
E ninguém imaginava
Que faria tal proeza

Vou agora lhes contar
O que foi que aconteceu
Pelo amor de um plebeu
Ela chorou um mar

Era uma nobre donzela
Que fugia do destino
Correndo em desatino
Passou numa viela

Trombou e caiu
Olhou, mas não viu
Levantou e ouviu
Agradeceu e sorriu

Meio aturdida, ela correu
Escondida, parou e pensou
"Para onde eu vou?"
Viu aqueles olhos e remoeu

"Quem seria aquele homem?
Por que fiquei nervosa?
O que me deixou ansiosa?
Aqueles olhos não somem..."

Dias depois se encontraram
Ele a olhou profundamente
Ela reagiu ardentemente
E eles se beijaram...

Durante longa conversa
"Isso não poderia acontecer!"
"Vamos fugir e desaparecer!"
E a alegria de dispersa...

Ela está para se casar
Casamento arranjado
Pelo dinheiro abençoado
Não iria perdurar

Um duelo foi marcado
Amor versus dinheiro
Artesão versus guerreiro
Ferreiro versus fidalgo

Apesar da sua agilidade
Como era de se esperar
O ferreiro cai a sangrar
E deu-se a fatalidade

Trocam o último carinho
Um beijo na testa dela
E desaba a donzela
E se desfaz o caminho

O desespero se agiganta
Ela precisa do ferreiro
No desafio derradeiro
Uma bruxa a encanta

"Agora vocês estão selados.
O destino de vocês está unido.
Após ouvir um zumbido,
Renascerão entrelaçados!"

A donzela executou o rito...
Dessa vez não conseguiram
E os dois partiram
Atravessando o portão do infinito

Um comentário:

  1. Um final triste e um tanto contrastante com a energia que a gente acha que o texto vai ter no começo pelo ritmo lúdico que ele tem.

    Surpreendente, lúdico, bem ritmado.

    Um texto de altíssima qualidade, meu caro

    ResponderExcluir