Quando tudo parece ir "bem"
Não há motivo pra ser feliz
Nem razão para um único bis
Em tudo, pareço um refém
Os dias passam devagar
Quando estou ao seu redor
Me sinto tão menor
E saio por aí a divagar
Todas as incessantes dores
As noites mal dormidas,
Os estresses, as feridas,
Todos os odiosos rancores
Numa das noites de andança
Passando numa breve janela
Vejo a tenra silhueta dela
Aqui jaz a minha confiança
Já acostumado com a presença
Da mulher que me acompanha
Não faço questão de manha
Mas dou-lhe uma sentença
Não me dá importância
Não me vê como deveria
Não age como eu agiria
Isso desperta uma ânsia
Das mais fúnebres possíveis
Afastar-me seria o mínimo
Seria o gesto mais ínfimo
De todas as dores invisíveis
Em um infindável dia
De relutâncias e tristezas
De astúcias e proezas
Aí sim, morreu minha alegria
Num belo dia de dor
Com sensação de culpa
Os olhos pedem desculpa
Um dia viveu o amor
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