terça-feira, 10 de agosto de 2010

Deicídio

Meu Deus, o que eu fiz?
Não vejo mais o teu amor
De ti, só sinto o rancor
Não morri por um triz

Conheceste o demônio em flor
Camuflada de fiel amiga
Serpente fazendo intriga
Fez-te vil e pecador

Não me vias à tua frente
Após horas de preparo
Minhas pernas escancaro
E me fazias evanescente

Ser sem igual na terra
Sagrado e onipotente
O Deus mais imponente
Mas Ele também erra

Até então não tinha ciência
De como tu me controlavas
Das vezes que tu me calavas
Esta era tua triste tendência

Não vou ser mais uma infeliz
Não quero mais teu sorriso
Nem perecer diante do paraíso
Nem nosso nome riscado de giz

Não quero passear à esmo
Soltar de vez minha libido
Naquele tom maior sustenido
Não... Não quero mesmo

Eis-me para o Deicídio
Mato agora teu Deus em mim
Dando ao meu pranto um fim
Neste bem pensado suicídio

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