quarta-feira, 2 de maio de 2012

A Menina Dos Meus Olhos

Sempre rezo pra te ver
Anseio tua presença
Essa é minha sentença:
Estar perto e não te ter

Vives escondida
Longe do meu olhar
Me toturando devagar
Não tenho outra saída:

Vou, da minha maloca
Gritar toda a verdade
Em ti, o que me provoca

Não é nossa afinidade
O que me rejubila
É só a tua axila

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Senhor De Mim

"O futuro a Deus pertence"
"Tudo está escrito"
Em nada disso eu acredito
Não é algo em que eu pense

Eu sigo o meu caminho
Não sou uma marionete
O destino me remete
Um breve desalinho

Eu faço o que quero
E não leio, com esmero
Meu destino num caderno

Eu divago a esmo
Sou o senhor de mim mesmo
Sou o Deus que me governo

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Garçom! Me Vê Uma Dose De Arlequim

Não te tenho por perto
Quero poder te beijar
Em meus braços, te apertar
O amor é tão incerto

Sei que te tenho no coração
Mas nem sempre isso basta
Isso tudo me desgasta
Não quero só uma canção

Quero noites sem fim!
Quero todo teu amor
Não quero só um Pierrot

Quero doses de Arlequim
Pra acalmar essa menina
A toda tua Colombina

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Au Revoir

Ton amour me réchauffe pas
Je suis juste une ombre
La marche dans la pénombre
De la vie, disculpa

Oublié du monde
Perdu dans le caniveau
Seulement un baliveau
Un arlequin immonde

Sans mon cœur
Je veux meurs lentement
dans votre sort enchantement
Je croyais être le vainqueur

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Só quero que saibas

Nada foi em vão
Nem os choros
Nem os agouros
Nenhum verão

Nem as brigas
Nem os beijos
Nem os desejos
Que me instigas

Nem as astúcias
Nem as proezas
Nem as incertezas
Nem as angústias

Nada foi em vão
Nem os abraços
Nem os percalços
Nem meu sim e teu não

Só quero que saibas
Que você sou eu
Que meu amor é teu
Mesmo que não me caibas

Que minhas mãos
Sempre vão te buscar
Para te endeusar
Em meus braços pagãos

Não quero o teu perdão
Só quero te dizer
Que és meu bem-querer
E que nada foi em vão

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Soneto Aos Amantes

Você me faz querer viver
E o que é nosso está guardado
Dentro de nós, bem trancado
À sete chaves, para sobreviver

Mãos seguindo as borboletas
Lábios se mordendo em paixão
O tempo, morto, num caixão
Percorrendo nossas sarjetas

Pernas se confundindo
Novos caminhos se formam
Nosso ar se esvaindo

As faces se transformam
Se contorcem em prazer
Para findar e renascer

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Acomodado

Se sangra meu coração
Ou a morte vem me beijar
Eu nem perco o meu ar
Pois eu sou um simples vão

Não tenho paixão nem razão
Não ligo se me maldizem,
Desvalorizem ou escravizem
Pois eu sou um simples vão

Não quero saber do mundo
Pois sou um mero vagabundo
Alheio às brigas e ao sermão

Me aquieto em qualquer lugar
Parado, vejo o tempo passar
Pois eu sou um simples vão

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Me Consome

Já pensei de tudo um pouco
Em esquecer de te amar
Em ir embora, me refugiar
Até pensei que estava louco

Tentei abandonar o mundo
Me afogar no meu choro
Viver a base de soro
Como um pobre moribundo

Mas isso eu não consigo
Pois é tudo tão maior
E grande é nosso castigo

Na eternidade fica pior
Amor que nunca some
Volta e me consome!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Eu Preciso De Você

Eu preciso de você
Como um bolo precisa de areia
Como uma mosca precisa da teia
Ou um doutor, d'um livro de ABC

Eu preciso do teu amor
Como um faquir precisa de comida
Como um diabético, de uma ferida
Ou das vaias, precisa o cantor

Eu preciso te ter!
Como um morcego precisa do sol
Como o peixe precisa do anzol
Ou um anoréxico, de emagrecer

Eu pereciso da tua presença
Como da miséria, os plebeus
Como um ateu anseia por dEUS
Ou melhores amigos, de uma desavença


Por favor, não vá embora!
Preciso terminar esse poema
Ou vai me deixar com problema
Meu contrato ainda vigora!

domingo, 31 de outubro de 2010

Fada

Depois de uma garrafa de absinto, eis que nos surge uma inspiração realmente horrorshow! Mostro-lhes, ó, queridos leitores, o que nasceu naquela noite banhada de verde!












De repente, vi uma fada

Uma fada verde, uma fada quente
Uma fada caliente
Aguçando a minha mente

Entrelaçando o meu corpo
Nas tripas, sinto um aborto
No meu corpo sinto um calor
Um calor verde
Que na minha rede
Faz-me gozar, sonhar de amor

E nestes versos sucintos
Com goles de absinto

Sinto em minha mente
Alegria, nestes versos dormentes
Lembranças e tristezas presentes
Do verde que um dia foi presente!