quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Garçom! Me Vê Uma Dose De Arlequim

Não te tenho por perto
Quero poder te beijar
Em meus braços, te apertar
O amor é tão incerto

Sei que te tenho no coração
Mas nem sempre isso basta
Isso tudo me desgasta
Não quero só uma canção

Quero noites sem fim!
Quero todo teu amor
Não quero só um Pierrot

Quero doses de Arlequim
Pra acalmar essa menina
A toda tua Colombina

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Au Revoir

Ton amour me réchauffe pas
Je suis juste une ombre
La marche dans la pénombre
De la vie, disculpa

Oublié du monde
Perdu dans le caniveau
Seulement un baliveau
Un arlequin immonde

Sans mon cœur
Je veux meurs lentement
dans votre sort enchantement
Je croyais être le vainqueur

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Só quero que saibas

Nada foi em vão
Nem os choros
Nem os agouros
Nenhum verão

Nem as brigas
Nem os beijos
Nem os desejos
Que me instigas

Nem as astúcias
Nem as proezas
Nem as incertezas
Nem as angústias

Nada foi em vão
Nem os abraços
Nem os percalços
Nem meu sim e teu não

Só quero que saibas
Que você sou eu
Que meu amor é teu
Mesmo que não me caibas

Que minhas mãos
Sempre vão te buscar
Para te endeusar
Em meus braços pagãos

Não quero o teu perdão
Só quero te dizer
Que és meu bem-querer
E que nada foi em vão

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Soneto Aos Amantes

Você me faz querer viver
E o que é nosso está guardado
Dentro de nós, bem trancado
À sete chaves, para sobreviver

Mãos seguindo as borboletas
Lábios se mordendo em paixão
O tempo, morto, num caixão
Percorrendo nossas sarjetas

Pernas se confundindo
Novos caminhos se formam
Nosso ar se esvaindo

As faces se transformam
Se contorcem em prazer
Para findar e renascer

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Acomodado

Se sangra meu coração
Ou a morte vem me beijar
Eu nem perco o meu ar
Pois eu sou um simples vão

Não tenho paixão nem razão
Não ligo se me maldizem,
Desvalorizem ou escravizem
Pois eu sou um simples vão

Não quero saber do mundo
Pois sou um mero vagabundo
Alheio às brigas e ao sermão

Me aquieto em qualquer lugar
Parado, vejo o tempo passar
Pois eu sou um simples vão

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Me Consome

Já pensei de tudo um pouco
Em esquecer de te amar
Em ir embora, me refugiar
Até pensei que estava louco

Tentei abandonar o mundo
Me afogar no meu choro
Viver a base de soro
Como um pobre moribundo

Mas isso eu não consigo
Pois é tudo tão maior
E grande é nosso castigo

Na eternidade fica pior
Amor que nunca some
Volta e me consome!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Eu Preciso De Você

Eu preciso de você
Como um bolo precisa de areia
Como uma mosca precisa da teia
Ou um doutor, d'um livro de ABC

Eu preciso do teu amor
Como um faquir precisa de comida
Como um diabético, de uma ferida
Ou das vaias, precisa o cantor

Eu preciso te ter!
Como um morcego precisa do sol
Como o peixe precisa do anzol
Ou um anoréxico, de emagrecer

Eu pereciso da tua presença
Como da miséria, os plebeus
Como um ateu anseia por dEUS
Ou melhores amigos, de uma desavença


Por favor, não vá embora!
Preciso terminar esse poema
Ou vai me deixar com problema
Meu contrato ainda vigora!

domingo, 31 de outubro de 2010

Fada

Depois de uma garrafa de absinto, eis que nos surge uma inspiração realmente horrorshow! Mostro-lhes, ó, queridos leitores, o que nasceu naquela noite banhada de verde!












De repente, vi uma fada

Uma fada verde, uma fada quente
Uma fada caliente
Aguçando a minha mente

Entrelaçando o meu corpo
Nas tripas, sinto um aborto
No meu corpo sinto um calor
Um calor verde
Que na minha rede
Faz-me gozar, sonhar de amor

E nestes versos sucintos
Com goles de absinto

Sinto em minha mente
Alegria, nestes versos dormentes
Lembranças e tristezas presentes
Do verde que um dia foi presente!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Fiat Lux

Os maiores sacrifícios
As maiores dores
Todos os dissabores
Com poucos artifícios

Nos viramos em mil
Pra cumprir uma missão
E a fazemos com paixão
Com o coração febril

Sem amor, não anda
Trabalho mal feito
Não temos o despeito
De entrar nessa ciranda

Incitamos a curiosidade
Do infinito saber
É o belo alvorecer
Que as cabeças invade

É o brilho do sol
Raiando o dia
Trazendo a alforria
Lento qual caracol

O trabalho é duro
Às vezes, nem compensa
Caçada sem recompensa
Mas é honrado e puro

É essa honra que nos conduz
E temos autoridade de dEUS
Pra dizer aos filhos teus:
Faça-se a luz!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Teimosia

Ora quero, ora não
Ora beijo, ora bato
Ora bom, ora chato
Ora espero, em oração

Horas a fio
Passam devagar
Fico a esperar
Aquele arrepio

Nem tanto assim
Nem oito, nem oitenta
Nem três ele aguenta
É bom, mas não pra mim

É tudo o que preciso
Bonito, inteligente
Um futuro pela frente
E chegou sem aviso

Bonito... pode ser
Inteligente... também
Mas ele não me convém
Ele só quer aparecer

Vou me atirar fundo
Me jogar em seus braços
Já anseio os amassos
E nascer a cada segundo

Já não escuta a razão
Não raciocina mais
Já está longe do cais
Só ouve seu coração

Essa história já presenciei
Vai mergulhar no mar
E depois, vai se afogar
Só não diga que não avisei