segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Obrigado Pelo Amor Que Não Vem

Tua face não me deixa dormir
Teus olhos não me deixam sorrir
Da tua boca eu sou refém
Obrigado pelo amor que não vem

Quem dera te ter sempre ao meu lado
Quem dera viver num mundo encantado
Sei que em minha boca, a tua não investe
Obrigado pelo amor que não me deste

Queria ver teu doce sorriso
Queria sentir teu lábio indeciso
Mas, ao teu lado, eu posso dizer:
Obrigado por me fazer sofrer

Não quero ser apenas teu amigo
Escuta agora o que eu te digo:
Por não me amar, não te condeno
Obrigado pelo teu veneno

Soneto À (Não) Arte

A arte hoje chegou à mediocridade
Tudo é arte! Isso é unanimidade
Qualquer aço retorcido ou papel amassado
São comparados, Michelangelo e excremento modelado

Perderam interesse num belo "Rimbaud"
Nada é arte! Nem mesmo aquela dor
Nem o verso fino de Cecíla
Nem a triste história de Marília

São atraídos por coisas fáceis de assimilar
Versos decifrávis ao primeiro olhar
Onde foi parar a graça da arte?

Não se sabe exatamente em que parte
Quem sabe, dentro de um chafariz
Ou ainda, perdida no Ar de Paris!

O Asilo Da Loucura

Mil mundos morrem mais e mais
Me manipulo, me maltrato
Minha mente me machuca
Mas, mesmo morto, meu mundo muda

Prantos principiados por palavras pobres
Pinturas pungem paráfrases
Porque pirar? Para pairar?
Para pairar, preciso pirar?

Da dor, devaneios
Do delírio, depravação
Da droga, drama
Da devassidão, dependência

O sangue tinge meu rosto e alcança
As facas afiadas com gosto de vingança
O Coringa não é uma carta comum
Tortura todos, de um por um

Vem

Uma vez pensei em te amar
Cada dia a mais, eu queria te beijar
Arrependo-me de não ter te beijado
Minha alegria seria conseguir te encantar
Mas uma vez te abraçar e andar lado a lado

Ilegalmente entraste em meu coração
Dividiste meu corpo na total escuridão
Evitei me encontrar com o teu olhar
Ficava entorpecido à tua face vislumbrar
Mas inventei maneiras diferentes de te amar

Por mais que eu tente, não consigo esquecer
Que o te sorriso é tudo o que eu preciso ver
Você me atormenta numa noite sem fim
Não quero que saias de perto de mim
Fica aqui, me abraça e não larga mais
Comigo ao teu lado, deixa o mundo pra trás

Tuas Asas

Asas de anjo que me engolem
Fazendo que bênçãos em mim assolem
Que meu coração se alegre a cada dia
Estancando assim, minha eterna sangria

Brancas são as asas do meu anjo levado
Dessas asas nunca fico saciado
Esse beijo e essa boca sandia
Deram cores à minha vida, antes vazia

Mostra-me aogra, assim:
Com estas asas antes carmim
Este amor que é só meu
Este olhar que em mim se perdeu

Teu Sim, Meu Não

As asas do teu anjo me visitam durante o sono
Quando acordado, só vejo a cauda do meu demônio
Teu anjo traz tua lembrança cheia de amargura
Meu demônio traz tua saudade repleta de doçura

Dormindo, sonho contigo e teu anjo me abraça
Acordado, não te vejo e meu demônio me ameaça
Teu anjo, me aprisiona, me maltrata e me tortura
Meu demônio me liberta para uma vida de loucura

Teu anjo me quer triste, fraco e acuado
Domina meu coração e o deixa trancado
O instinto do meu demônio é teimoso e forte
Não se dará por vencido e lutará até a morte

Teu anjo me encata com um amor inventado
Meu demônio luta contra um amor indesejado
O fim não tem fim quando teu anjo vem me ver
Anjo caído que está tentando me enlouquecer

domingo, 20 de setembro de 2009

Não Se Preocupe

Os dias que passaram
As noites mal dormidas
As lágrimas rolaram
E abriram as feridas
E todas elas acabaram
Pelo caminho perdidas
E ao serem encontradas
Jamais serão apagadas

Não vá se preocupar
Com tudo que passou
Porque o próximo mar
Não é o que te afogou
E porque se preocupar
Com tudo que passou?
A vida vai te trazer
O teu bem-querer

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Tudo O Que Poderíamos Ter Sido

Eu sempre pensei em você como algo mais
Que você fosse minha vida, meu cais
Mas a vida tormou-se caçadora de mim
Me atormentando e me matando no fim

Se foi tudo o que poderíamos ter sido
Meu sentimento tormou-se algo escondido
No meu peito reside envenenada flecha
Só posso te ver por uma estreita brecha

Essa febre, esse mal estar é minha culpa
Nunca lhe falei isso e peço tua desculpa
Tudo o que poderíamos ter sido, evaporou

Na minha vida, só penso em você, que não vem
Sei que, do céu, tua alma está muito além
Não sei mais o que fazer, minha vida acabou

sábado, 25 de julho de 2009

A Tristeza De Um Dom

Mais uma Primavera escapa
Tornando meu sorriso frio
Subindo um leve arrepio
Deixando minha vista opaca

Algumas lágrimas rolando
Alguns suspiros aliviados
Com os braços escancarados
Um "adeus" vai se formando

Sorrisos são desgastados
Olhares distanciados
Carinhos afastados
E os beijos são apagados

Na memória, permanece
Como um sonho bom
A tristeza de um dom
E o amor, deita e adormece

terça-feira, 14 de julho de 2009

Pecado

Mulher que incita luxúria
Embora emane mansa candura
Com olhos sempre em fúria
E os dentes, na carne dura

Longa e boa caminhada
Pode ser rápida ou lenta
Pode até ser cavalgada
Traz prazer e me alenta

És fruto de um pecado
Que sobressalta o prazer
Quantas vezes foi ensaiado

Esse sonho de bem-querer
Esse desejo demasiado
Todo o anseio que é você